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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Apreensões de armas aumentam


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KIKO SILVA
Policiais têm treinamento especial para atuar no combate ao crime organizado
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Quase cinco mil armas de fogo foram tiradas das mãos de criminosos, no ano passado, pela PM na Grande Fortaleza
Os números são contundentes, e retratam duas facetas da criminalidade que atinge a Grande Fortaleza. De um lado, a enorme quantidade de armas que circula de forma ilegal na sociedade. Do outro, a persistente e eficiente batalha travada, todos os dias, pelos homens da Polícia Militar do Ceará no combate ao crime. Resultado disso, o número recorde de 4,7 mil armas de fogo apreendidas na RMF no ano passado. E um detalhe, este número certamente aumentará quando forem contabilizadas as apreensões no Interior. A estatística ainda está sendo fechada.

O número citado acima foi obtido, com exclusividade, ao Diário do Nordeste, na semana passada. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), esta quantidade citada representa um aumento da ordem de aproximadamente 46 por cento em relação às apreensões realizadas em 2010.

Esforço
Para o secretário da Segurança Pública do Estado do Ceará, coronel Francisco José Bezerra, o número só foi alcançado graças ao esforço diário dos policiais que trabalham nas ruas, lidando diretamente com a criminalidade, em operações de ´saturação´ (ocupação) em bairros, favelas, morros e comunidades distantes do perímetro urbano da Capital.

Some-se a isto, medidas tomadas pela própria SSPDS desde o início do ano passado como remédio para o mal que ainda atormenta a população, as chamadas execuções sumárias.

Estre as providências tomadas pelo secretário Bezerra, o redimensionamento do trabalho de Inteligência, a reformulação do planejamento das operações e, ainda, o aumento do efetivo de alguns setores da própria PM, como o conhecido e aplaudido pela população grupo Raio (Ronda de Ações Intensivas e Ostensivas).

Segundo o comandante do Raio, major PM Márcio Oliveira, entre os dias 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2011, somente o efetivo da sua unidade foi o responsável pela apreensão de 469 armas de fogo, incluindo revólveres e pistolas de diversos calibres.

As equipes do Raio também fizeram a apreensão de 52 quilos de entorpecentes, incluindo drogas como crack, maconha e cocaína. Nas operações de caça a assaltantes, cerca de R$ 176 mil foram apreendidos ou recuperados pelos militares.

"Parte desse dinheiro havia sido roubada de cidadãos e foi recuperada, sendo entregue a seus legítimos donos. Outra parte foi apreendida por se tratar de dinheiro produto do crime, como o tráfico de drogas e assaltos", afirma o comandante.

Dobrar
Nas estatísticas do Raio também os registros da apreensão de 42 veículos diversos (carros de passeios, caminhonetes) e 81 motocicletas roubadas.

Para chegar a este patamar de eficiência no trabalho de patrulhamento das ruas da Grande Fortaleza pelo Raio, o secretário da Segurança lembra que o efetivo da unidade operacional foi ampliado.

Conforme o major Márcio Oliveira - fundador e comandante do grupamento desde 2004 - ao ser colocado nas ruas, em abril daquele ano, o Raio tinha apenas duas equipes. No ano passado e até mo mês de abril de 2011, a tropa era formada por 102 policiais. Agora, são 228 PMs, distribuídos em 30 equipes. Oito delas atuam no período diurno e outras 22 à noite.

A exemplo do Raio, outras unidades da PM, como o Ronda do Quarteirão e o Batalhão de Choque, aumentaram as apreensões.

Combate
4,7 mil armas de fogo acabaram sendo apreendidas pela Polícia somente na Grande Fortaleza, no ano passado, em operações diárias da Polícia Militar nas ruas.

SAIBA MAIS

1.
 Drogas confiscadas. As muitas operações policiais que são feitas diariamente nas ruas da Capital cearense e de toda sua região metropolitana acabam por encontrar, cada vez mais, drogas nas mãos de jovens e adolescentes. Os entorpecentes têm servido de forte ´combustível´ para diversos tipos de crimes, como assaltos, furtos e latrocínios.

2. Armas de fogo são comuns nas mãos de criminosos na periferia de Fortaleza. O combate sistemático contribui para a redução no número de mortes violentas, mas os dados estatísticos ainda são preocupantes.

3.  Crack é a droga mais comum encontrada em uso por jovens e adolescentes na cidade. O consumo tem proporcionado assassinatos como ´acertos de contas´.

Arsenal é encontrado em poder de adolescentes
Um verdadeiro arsenal foi apreendido com adolescentes de janeiro até novembro do ano passado, em Fortaleza. Foram 535 armas de fogo, entre revólveres, pistolas e espingardas, além de cerca de 200 armas brancas (facas e punhais). Durante o mesmo período, a Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) realizou 2.932 procedimentos incluindo auto de apreensões por porte ilegal, homicídios, roubos, furtos e outras infrações.

A maioria das apreensões foi realizada por policiais militares nas ruas da Capital. Conforme as autoridades de Segurança Pública do Estado, os números de delitos envolvendo adolescentes são expressivos porque os menores têm sido cada vez mais usados por traficantes de drogas para a prática de crimes.

Além disso, muitos são usuários de drogas e, para sustentar o vício, alugam armas desses mesmos traficantes para praticar assaltos. Alguns dos casos dos roubos envolvendo adolescentes terminam de forma trágica, como o assassinato do músico Daniel Abraão de Castro Andrade, 29.

Ele foi morto quando percebeu que dois adolescentes iriam praticar o roubo a um coletivo. Segundo a Polícia, os menores desceram do ônibus e por acreditar que a vítima era um policial militar, efetuaram um disparo que acabou matando Daniel Castro, na presença da mulher e do filho. Um dia depois da infração, os suspeitos acabaram detidos, no bairro Novo Barroso, Grande Messejana.

Quando são apreendidos e perdem as armas, os adolescentes ficam na ´mira´ dos chefes do tráfico. Se não pagam o valor da arma ´perdida´ com dinheiro depois que cumprem medidas socioeducativas, acabam sendo executados sumariamente.

Conforme levantamento do Diário do Nordeste, no ano passado, 192 adolescentes foram assassinados na Grande Fortaleza, uma média de 16 mortes por mês, conforme descobriu a Editoria de Polícia. Somente em outubro, 28 garotos tombaram sem vida.

Drogas
As apreensões de drogas com adolescentes também são expressivas. Mais de seis mil pedras de crack foram apreendidas com menores. Eles são usados como ´aviões´ pelo tráfico e acabam detidos nas abordagens da PM.

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